Boemia
Das pequenas certezas que tenho na vida
uma delas é que a boemia ainda vai me matar um dia
Essa maldita boemia!
Vadia que me seduz
e tira-me o sono
e rouba-me o prazer de sentir o frio
dessas belas manhãs de inverno
Ah! A Boemia!
Essa dama de lábio quentes
e mãos suaves
que me conduz por ruas escuras
de bar em bar
Essa velha carcamana
que faz minha cabeça doer
às nove horas da manhã de uma quarta-feira
ou de uma segunda de sol ardente
A Boemia...
Aquela a quem sigo como devota e amante eterna
Aquela que me ludibria
e me liberta das mazelas de uma vida programada
Ah! Essa Boemia!
Amiga minha desde os tempos de escola
Companheira das noites longas de insônia
Seu coração a muitos homens pertencem
Meu espírito corre leve
por entres dedos longos
Ah! A Boemia...
Essa que corrompe minha alma e minha carne
Quem dera libertar-me das amarras de teus braços!
Mas contigo quero viver e morrer assim,
sedenta por mais um pouco do vinho
que teus lábios libidinosos têm a me oferecer
Ah! Essa Boemia...