Lamentos...
É noite, quase madrugada...
Calada, sigo nos passos do vento...
Acalento meu coração sem paz, agoniado,
deixando de lado o poema em espreita...
Seja feita a vontade de Deus!
Tudo o que Ele quer seja o meu desejo...
Busco um beijo da brisa, que sopra de leve...
Em breve, nada soprará sobre a areia...
Teia é o aroma que chega e fala de amor...
Ah! o Amor, motivo de meu regresso constante...
O amor, que não saciado,
morre faminto em qualquer labirinto,
onde a dor se esconde! De onde?
Fatalidade ou destino?
Quanto desatino da alma...
No fundo, o medo sobrevive e infunde
no coração poeta a melancolia de sempre...
Após a conquista, o sabor da vitória...
Minha história, nunca foi, realmente, assim...
Trilho e palmilho vitórias errantes,
mas confiante eu segui mais adiante...
Imprimi minha marca nas costas do vento,
que, sem lamento, me leva radiante...
Vou, sem saber onde está a estrada,
e em qual jornada o tempo escoará...
Tenho medo do tempo, nunca do vento,
seu cavaleiro-escolta...
Pois mais leve que o vento
é o lamento da rima,
escrevendo seu verso,
escorrendo seu pranto,
para espanto da dor...
Pois viu da janela,
em noite de lua,
uma estrela sorrindo,
no céu deslizando,
mostrando que a noite
do pranto é o açoite,
mas também o batismo,
de quem no amor mergulhou...
Por isso, a jornada
tem tempo escorrido,
cabelos molhados, pele suave,
corpos suados, mas beijo ao relento...
(às 23:32 hs do dia 16/03/2007)