A voz do poema
Enquanto as buzinas não descansam
aqui estou
com minhas arestas imperfeitas
dizendo ao mundo: - deixe-me só,
quero apenas repousar sobre a página cinza
sem decifrar enigmas, nem teorias:
quero compor-me como um simples ermitão,
quero dissolver-me na madrugada entre:
as cinzas do cigarro, as doses de vodca,
e os olhos de Minerva que me guiam na caminhada.
Deixe-me aqui
sou pobre poema
não quero anúncios em outdoors
nem vozes mentirosas a me apalpar
quero apenas compor uma melodia acústica.
Quero no Antártico repousar nos olhos de quem ama.