Deixe-me aqui em dores,
Afogado em dissabores provectos.
Jogado ao relento de mim mesmo,
Num canto qualquer desta triste realidade.
Não importo que veja esta miséria,
Desgosto sufocante de uma grande mágoa.
Ousei amar como tantos,
E no desencanto me roubaram a alma.
Fiquei nú lançado ao vento,
Tempestade imunda de ressentimentos.
Risos e lágrimas se misturam,
Tragicomédia neste palco em trapos;
Impressões de um medo escondido.
Vou tomar um trago no bar da esquina,
Sair de lá cambaleante.
Eis o retrato em pedaços,
Daquilo que já foi uma bela imagem.
Não quero que me compreeendam,
Apenas me deixem aqui,
Enquanto o porre da desilusão não passa;
E me traga de volta  o meu juízo.
Agora tudo é vago,
Amanhã estarei melhor;
E juntarei os restos de saudade.
Dos horrores fugirei,
Sabendo do amor que se foi;
Deixando-me o fardo da solidão.


Sirlanio Jorge Dias Gomes
Enviado por Sirlanio Jorge Dias Gomes em 02/03/2013
Reeditado em 03/03/2013
Código do texto: T4167715
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