O SOL DE RECIFE

O sol de Recife me esquenta o corpo

Nas travessas orientais da cidade me sinto ardendo

em brasa.

Tudo queima, me faz arder,

Mas frio estou...

Os raios não conseguem adentrar

Transpassar o frio de mim.

Caminho entre as pessoas

Entre os apertos das ruas de minha cidade Veneza

E não enxergo nada

Ou enxergo não sei.

Só sei que não me aquece esse calor tropical de Recife

Um iceberg que não derrete: incrível isso

Uma pedra de gelo observa o suor dos trópicos

E não se senti

E não consegue integrar

Uma peça, apenas, que não se encaixa no quebra-cabeça vida

O caminhar nas terras abaixo do Equador...

Recife ferve....corpos se esbarram....eu aqui....só e frio.

Um fantasma caminha nas terras maurícias.

Eu, penas.

O corpo meu transpira e se aquece sim, no entanto não consigo me ver assim

Sou dois eus que caminham estranhos sobre a cidade das pontes

Um corpo dois eus.....

O corpo caminha

O corpo esbarra

O corpo sua

O corpo agilmente se sai

Entretanto fico calado, frio e só

E caminho na cidade do boi voador.

JAMERSON SILVA
Enviado por JAMERSON SILVA em 02/03/2013
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