Sobre algum sentimento
Sobre algum sentimento
Quantas vezes não vejo nas ruas crianças
Que perderam tudo que tinham; os olhos
Já não refletem sua alma em brincadeiras,
Suas esperanças definham!
E quando olho para elas, ao menos sinto
Um sentimento, que não sei explicar, talvez fosse melhor
Calar o coração, porque cortaram meus pulsos
E arrancaram minhas mãos!
Mas sinto... E mesmo indiferente o coração lembra
De que um dia eu fui um pequeno, mas era feliz...
E nessa lembrança ele quer que todos vivam,
Sem se perder num caminho ausente!
Por quantas ruas terão ainda de passar
Sem nelas nenhuma casa encontrar?!
Apenas muros e prisões... Nenhuma casa...
Pois que a verdadeira casa, se abre de dentro para fora
Mostra o mundo, ao invés de se fechar para ele!
Eu quero ser uma casa... Mas há muito
Que me tornei apenas um beco
Fechado nas próprias perguntas!