FUTURO OBSCURO

Nada tenho, senão a sorte,

Que mantem-me face da morte,

Por isso ainda aqui estou ,

Sem alguém que me conforte;

Sem saber para onde vou.

Muitos, muitos olhares

Postos sobre meus pesares,

Cobrando, cobrando ações,

Da força dos meus pilares

Sob estrondos dos canhões.

Me desprendo do mundo

Querendo num segundo

Ver a minha vida passar

Tal qual um vagabundo

Correndo pra morte abraçar.

E ainda a dor não se cansa

Desde os tempos de criança,

De estar presente constante

Sufocando a esperança

Deixando-a mais distante.

E neste papel virtual

Que hoje não é mais vegetal,

Onde exponho lamentos

da vida pessoal,

Só fala de sentimentos.

E aqui continuo jogado

Vítima do próprio pecado,

Perdendo oportunidade,

Esperando neste estado

Sonhando com a eternidade.

Mas em vates eu não creio

Não sinto nisso enleio,

Prefiro fazer o meu futuro,

Direto e sem rodeio,

Embora me seja obscuro.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 12/03/2013
Código do texto: T4185076
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