DESMANDAMENTOS

Meu eu robô disse: Parem!

Roubaram-me os parafusos,

meus descontroles confusos

Dez controlam sem parar:

Dão-me um Deus por conveniência,

feito à minha imagem e inconsciência.

Tomam em vão o meu nome

sete dias sem cessar,

sem honra a pai ou mãe,

matam-me, adulteram-me,

furtam-me a verdade,

levantam contra mim falso testemunho,

mas não cobiço suas casas,

suas mulheres, seus servos,

nem seus bois, seus jumentos,

nem coisa alguma, pois

tenho minhas engrenagens,

meus botões, meus programas,

e minhas asas

sem seus parafusos...

Devolvam-me, com todos os seus rodeios,

e todas as suas voltas e pecados.

Eis o eu robô depenado:

ferrugem e graxa a fluir

devolvam-me os parafusos

para que eu possa explodir!

Prof Lucivaldo
Enviado por Prof Lucivaldo em 13/03/2013
Código do texto: T4185699
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