O NÚCLEO TENAZ
Com o poema
abriremos a noite,
julgaremos o medo.
Com o poema
construiremos o homem.
Não o homem definitivo,
enquistado em verdades irrecusáveis,
em certezas absolutas,
mas o homem
em permanente transformação.
O homem em viagem,
o homem-interrogação.
Porque o poema é sempre
(mesmo o das palavras mansas e amáveis)
o núcleo tenaz
duma revolução.
Jorge Viegas
(Poeta/Escritor Moçambicano)