LIBERDADE AO POETA

LIBERDADE AO POETA

O poeta não é só um

E sim vários uns em um só

O poeta se permite criar vários eus

Que diga o Pessoa...na pessoa de tantas pessoas

Que, na sua vida não soube se viveu sua vida

Ou de sua criação

Ou transformou a realidade numa fantasia

Ou se a fantasia virou sua realidade

O poeta se permite ser outro

Sem sê-lo na essência

Mas com coerência

Com poesia

Com lirismo

Em prosas e versos ele desfia palavras

Em vasos de alabastro ele eterniza poemas

E cria...recria...inventa...existe

O poeta se permite ser cristão

E em contrapartida incorpora um pagão

E descreve atrocidades e perseguição

No tempo da inquisição

O poeta se permite amar, odiar, sofrer

Ou se manter distante do sofrimento

Neste distanciamento ele se permite

Ouvir a si e aos outros dentro dele

Numa criação continua

Tem a inspiração como rotina

De sua vida de faz de conta

Que conta...encanta e faz poesia

O poeta se permite viver tempos diferentes

Imputar aos seus vários eus amores e paixões

Do tempo dos reis e rainhas

Incorporar um verdugo ou o cavalheiro

Da época medieval

Montar no seu cavalo alado

Vestir-se de dourado

Vencer desafios

E conquistar o coração das marias e teresas do mundo

Também Leopoldinas e Dulcinas

Vencer a guerra e conquistar Helena

Que deixa seu Menelau e a Grécia

Pra viver com ele uma vida serena...

O poeta vive épocas várias

Desde o tempo da criação

Incorporando Adão

Ou na mais moderna sociedade

O poeta não tem idade...

O tempo pra ele não existe

Só existe a vontade de escrever

Abrir a alma e devolver a si

A essência que aos outros transferiu

E escrevendo...poetizando...criando

O tempo passou e o poeta não viu...

Vitória/Es -Em 14/03/09

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POEMA REPOSTADO

Helena Serena
Enviado por Helena Serena em 15/03/2013
Reeditado em 15/06/2013
Código do texto: T4189348
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