NULO

Quebrei a garrafa

bebi minha paz

cortei-me, cortei tudo

sorvi o sossego

Eu, etílico morcego

enxotado do mundo

repelindo e imundo

viajo agora tocando a quietude

E haja membrana

para conter o ar

e venham paredes

para eu desviar

e plainar

aplainar a superfície ácida

de tanta coerência

Enfim, fiz-me líquido

pois líquida é a paz

e só se dá na loucura.

Triste é ter consciência...

Enxergo o ser na essência

da última gota de bem

e anulo-me.

Sou agora o templo

no tempo do nada

e ao final da jornada

não sou mais refém

Quebrei sim, a garrafa

e bebi minha paz

com vodka

gelo

e água

com gás.

Prof Lucivaldo
Enviado por Prof Lucivaldo em 19/03/2013
Código do texto: T4196261
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