O carreiro

Velho carreiro anda tão calado

Parece cansado em meio ao dissabor.

Seus olhos tristes ficam anuviados

Desconsolado vendo o que passou.

O velho carreiro trilha os caminhos

Que tantas vezes ele carreou

Leva o peito todo insatisfeito

Não tem direito de ouvir seu cantor...

Foi obrigado a deixar seu canto

O belo recanto onde morou

Com os olhos chorosos partiu pra cidade

Levando um feixe de magoa e de dor.

Seu velho carro ficou esquecido,

E o tempo fugido de seu carrear,

Ficou tristonho, quando abandonado,

largado ao tempo sem poder cantar

O velho carro parece que sente

A dor e tormento de seu condutor

com eixo colado ora desolado

Fica lá parado frente o estradão

Quiçá também sente a dor da saudade

Inda que sem alma e sem coração.

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 19/03/2013
Reeditado em 22/03/2013
Código do texto: T4197744
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