MEU VERSO A TI, Ó MAR!
A ti, ó mar...
Que das profundezas
das tuas águas misteriosas...
pelas ondas que te quebram tortuosas,
Possa eu na tua praia me quebrar.
Quando ao chegares dos teus versos em segredo,
Sempre a mirar pelo meu peito qual torpedo!
Sem, no entanto, teres algo a me contar;
Quando ao longe do horizonte em crepúsculo
Venhas chorar sobre meu verso em soluço,
A me trazer tudo que tens a lamentar...
Seja por ti , ó mar...
Pela latência da saudade submergida
Dentre o silêncio de tantas conchas recolhidas!
Possa eu também ainda te escutar...
Sempre contigo, ó mar...
Num suave canto de sereia esvaecida!
Possamos nós pelas tuas praias anoitecidas,
Pela poesia, para sempre marulhar...
A ti, ó mar!