O Medo da Palavra

E de repente...

A palavra vê-se

Tão chumbada à casca da poesia

Que sua, gagueja, estremece

Perde a Língua

Só de pensar em sair dessa fantasia

Amadurecer,

Quiçá endurecer na prosa...

Medo... Medo... Medo

Ensaia diante do espelho

Põe aquele vestido vermelho

Só pra te seduzir

Vira quase uma rosa

Mas diante do teu olhar,

Murcha

Não desabrocha

Vocês duas escapam entre os meus dedos...

A palavra não ganha asas suficientes

E rasteja como lava em meu coração

Vomitando versos

E engolindo meus desejos latentes.