SUSPIRO DE UMA FLOR
Ergue-se o Sol na sua magnitude
Sobre a Árvore, o Mar e o Monte,
Imanizando a luz da sua fonte,
Que ilumina a trevalidade mais rude.
No claro rio banhando se crê
Com o seu dulcíssimo suavizar,
Brilha radiante no espelhar
Das águas em que se vê.
Nesse seu altíssimo entevar,
Ignora uma singela flor,
Pequena semente envolta no seu calor,
Florindo num ameno sonhar.
Já sorri ela em toda a sua graça,
Estendendo suas pétalas vivas
(Quimeras vivas e altivas),
Numa força subtil que a engraça.
A prendem suas raízes à terra,
Nas suas folhas orvalho lacrimando,
Ser borboleta ou garça desejando,
Numa dor que se não encerra.
Sonhara ela livre poder voar,
Sobre a Árvore, o Mar e o Monte,
Procurando no oculto do horizonte,
O grande Amor que vive a suspirar.
Vera Novo Fornelos
(Poeta/Escritora Portuguesa)