QUANDO ÁTROPOS SE APROXIMA...

E quando o fio da vida se corta,

sem aviso, sem despedida,

o que será qu’ ainda nos importa?

Aquilo ou aqueles que deixamos

sem esperança, sem guarida,

ou será que de nada nos queixamos?

Talvez, quando Átropos se aproxima

cruel, empunhando a tesoura fatal,

em descida, doce ou brutal, lá de cima,

até a sua simples presença seja letal!

Implacável,

cega e surda,

domina o insustentável...

Com sua vítima, já designada, ela acaba.

Nem vê que sobre alguém a dor desaba!

E quem a segue em silêncio, docilmente,

logo esquecerá o que teve e o que deixa?

Ou será apenas uma presa fácil, inocente,

que, obediente, se esvai sem uma queixa

e, sem recurso, já tudo aceita facilmente?!...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 22/03/2007
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