Nada novo, de novo

São dias como esse

Dias iguais, sem razões a mais

Dias onde tudo se esconde

Parece tão longe o sonho

Parece tão perto o nada

Parece tanto o fim de qualquer amor

Parece que topamos em qualquer parada

Topamos qualquer parada

Qualquer coisa inacabada

Só pelo gosto de derreter

Pelo simples gosto de desfazer

Pelo medo de ser, de querer ser

De crescer, de sorrir sem temer

São dias como esse

Em que o céu brilha mais escuro

Em que nada parece estar puro

Onde a vontade mora longe da verdade

Onde o desejo reside no intenso segredo

Onde cultivamos o medo pelo simples medo

Medo de ser, de não ser, de não alcançar

Medo de não descansar, medo de descansar...

De mais! Por mais que haja o intuito de lutar

De buscar, de voltar, de terminar e começar...

De novo! O novo, o velho, o repugnante...

E o belo! No mais, o que há de mais em não...

Não saber definir, não querer desistir...

Por não saber o porquê... Um porque qualquer

O porquê de qualquer coisa, de qualquer poça

Ou de qualquer lagoa de saudade.

São dias como esse

Só mais um daqueles onde tudo digo...

E o tudo segue na roda do que não faz sentido.

Elen Rodrigues
Enviado por Elen Rodrigues em 01/04/2013
Código do texto: T4217478
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