Poente

Como levar o dia de hoje

Luminoso e leve

Se o tempo me pesa nos ossos

Que carregam os ombros?

Quisera redormir na infância

Com sonhos de queda e ascensão

E os pés no chão, a cada manhã

Em inocente corda bamba.

Mas há estás lembranças, de agora

Mais que outrora, cicatrizes nos joelhos da mémoria

Como inventar a colorida ficção de que estou nascendo agora!

Abro as janelas e as portas, faço a entrada da Aurora Triunfal

Nova?

O sol é quem esquece que tem mil histórias há séculos para contar

Dói nas tardes mortas, reconfabular com as trevas

Eu solitária, crepuscular

Paciente me ponho todo fim de tarde debruçada na janela

Sobre rugas, caos, osacos

Só que não esplendo de manhã

Com a desfaçatez de quem faz amor com a Noite

E trai com as Alvoradas!!!

Negraapd

Negraapd
Enviado por Negraapd em 01/04/2013
Reeditado em 17/04/2015
Código do texto: T4218256
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