Poente
Como levar o dia de hoje
Luminoso e leve
Se o tempo me pesa nos ossos
Que carregam os ombros?
Quisera redormir na infância
Com sonhos de queda e ascensão
E os pés no chão, a cada manhã
Em inocente corda bamba.
Mas há estás lembranças, de agora
Mais que outrora, cicatrizes nos joelhos da mémoria
Como inventar a colorida ficção de que estou nascendo agora!
Abro as janelas e as portas, faço a entrada da Aurora Triunfal
Nova?
O sol é quem esquece que tem mil histórias há séculos para contar
Dói nas tardes mortas, reconfabular com as trevas
Eu solitária, crepuscular
Paciente me ponho todo fim de tarde debruçada na janela
Sobre rugas, caos, osacos
Só que não esplendo de manhã
Com a desfaçatez de quem faz amor com a Noite
E trai com as Alvoradas!!!
Negraapd