Fim da linha II - remoendo antigas angústias

Ninguém se importa com o que eu leio

Joguei num canto um Solzhenitsyn

Que nem me atrevi a folhear

Ninguém se importa com o que eu penso

Joguei num lixo uma consciência

Que nem me atrevi a escutar

Ninguém se importa com o que eu escrevo

Joguei numa fogueira um poema

Que nem me atrevi a recitar

Alguém se importa com o que eu falo

Gasto minhas noites eternas

Conversando silêncios com a minha sombra

São Caetano do Sul, 20 de março de 2007.