HAMARTIOLOGIA
HAMARTIOLOGIA
A noite cai veterana
Desde o grão começo
Nesta terra profana
Com tal adereço
No atro véu estrelado
E o globo prateado
Quieto e cintilante
Irradiava sua luz vivaz
Numa sensação de paz
Ao coração do amante.
Fugidio no negrume
Fez-se testemunha
Aliado ao vaga-lume
E não se acabrunha
Do mundo presenciar
A própria mão se matar
Perdendo sua condição
Na própria condenação
Aos olhos do belo luar.
Ouviu a voz da serpente
Que inda era bela
De fala convincente
A lua ficou amarela
Por causa da vergonha
De ver a coisa medonha
Corromper, já corrompida
Que então ignorava
O homem que a amava
Por toda a sua vida.
A lua tapando o rosto
Cheia de decepção
Tristeza e desgosto
Por Eva e por Adão,
Ter de todo perdido
No mal inconcebido
Danando a sobrevivência
No encantado jardim
Onde tiveram o seu fim
Pela vil desobediência.
(YEHORAM)