DESACELERAÇÃO
E mais uma veza a hora se torna fria,
e é tempo da invenção e do espanto.
Sobra dentro das mãos indecisas,
a memória espessa e a reinvenção do pranto.
Se eu fosse o irmão que lhe mostra o dia,
se eu fossa a razão do outro lado da vida...
mas sou projeção, espanto e ilusão perdida.
Outra dimensão para o mesmo lado não visto.
E é assim que o canto da paz envenena
a guerra particular entre as paredes da cripta.
Mármore para deuses impassíveis ante a dúvida,
e terra molhada para a indigência da poesia.