DESACELERAÇÃO

E mais uma veza a hora se torna fria,

e é tempo da invenção e do espanto.

Sobra dentro das mãos indecisas,

a memória espessa e a reinvenção do pranto.

Se eu fosse o irmão que lhe mostra o dia,

se eu fossa a razão do outro lado da vida...

mas sou projeção, espanto e ilusão perdida.

Outra dimensão para o mesmo lado não visto.

E é assim que o canto da paz envenena

a guerra particular entre as paredes da cripta.

Mármore para deuses impassíveis ante a dúvida,

e terra molhada para a indigência da poesia.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 06/04/2013
Código do texto: T4226003
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