Ensaio para o último ato

Viverei cada dia de uma só vez, e não todos os dias de uma vez só.

A vida é muito curta para aproveitar os seus prazeres,

para deleitar-me no amor dos meus pais

ou nas emoções carnais (aquela mistura coração-pele)

que alimentam o nosso ego e ao mesmo tempo

nos tornam tão “humildes” ao ponto de quase 2 tornarem-se 1 só.

Curta, és ainda, oh vida, para que entenda a enigmática Força fraternal

que une estranhos, tornando-os parte de uma só família;

Ou mesmo, para que compreenda a motivação que leva muitos de nós à glória ou à desgraça.

Ao mesmo tempo, meu presente divino,

és longa o suficiente para que amarguremos a perda dos nossos queridos;

as misérias dos desvairados ou nossas próprias tolices – ingênuas ou conscientes.

A grande verdade é que não temos a mínima certeza

se as oportunidades que tanto esperamos, um dia chegarão.

Ou se as temidas desventuras é que baterão à nossa porta.

O livre arbítrio, o tão sublime direito de decisão que possuímos,

acompanhado de sua digníssima companheira, a dúvida,

leva-nos a um duelo interior nem sempre pela realização dos nossos sonhos,

num processo tão desgastante que alguns sucumbem aos seus resultados.

E assim é a vida, uma eterna universidade de amplos horizontes,

perante a qual doutores, mestres, graduados,

professores, discentes e os não alfabetizados tem um mesmo valor

e uma única certeza: seus caminhos confluirão à mesma porta...

De chegada? De saída?

Um dia, todos nós saberemos.

06.04.2013

Robespierre Araújo Silva
Enviado por Robespierre Araújo Silva em 06/04/2013
Código do texto: T4226948
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