Meu Distorcido Mundo
Em um plano astral de dores,
Onde são amaldiçoados antigos amores,
Criei meu mundo cobrindo-o com negras flores.
No vergel de minha insanidade, plantei meus poemas,
Regados por lágrimas, desabrocharam minhas dores supremas,
Alimentadas com meu sangue, distribuído por venenosos floemas.
De meu féretro, com uma Ocarina, entoei cânticos.
Suas notas límpidas reproduziram sons românticos,
Perpetuando por meu mundo meus tristes dísticos.
Neste mundo de morte, obtive malditos prazeres,
Nutri meus piores rancores,
E, traduzi-o com tais grotescos dizeres:
“Aqui está a morada deste Espectro imundo
Em meio ao inferno mais profundo.
Este, que é distorcido e pútrido, é meu mundo.”