O Funeral
Maldita sê tu, recém-chegada alma!
Foste enviada ao meu abismo para tirar-me a calma!
Por fora, aparência de Anjo pequeno,
Por dentro, Demônio, repleto de atroz veneno!
Por qual razão devo eu conduzir teu funeral?
Eu, sacerdote do submundo, Espectro Abissal!
Por qual acaso foste tu tomada por ira obscura?
Por tal motivo ganhaste terna sepultura!
Pois neste abismo jazem somente os odiosos,
Os que na Terra eram buliçosos,
Os nefastos, que não merecem perdão,
Os endiabrados de alma e coração!
Portanto, se tormento é o que te eleva,
Pobre e maldita alma... Banir-te-ei à eterna Treva!