DESATA-ME
Arrasto-me no embaraço da vida
entre os espaços em branco
apertados em nós ínfimos.
Inspiro as amarras ruidosas.
Rumo ao íntimo istmo.
Risco anedotas desbotadas de risos,
elimino sisos e ciladas.
Recuo da margem desalinhada,
desato, na estrada, caminhos cíclicos.
Mais ao centro da espiral, no ponto crítico,
ouço o desenrolar do celofane encefálico.
Busco as marcas nos atalhos desse atlas
como quem busca o sabor das guloseimas
em antiga data.
Procuro o âmago no reverso do presente.
Degusto o insípido e também o doce que expele.
Aspiro ao primeiro laço de Penélope.