Quando a saudade bate a porta

Já estamos quase em novembro

O ano está passando tão depressa

Que mal tive tempo de piscar os olhos

E os frutos da árvore já amadureciam

No quintal de casa

Olho pela janela

Avisto uma folha de jornal

Ser levada pelo vento

Como é bela esta cena

A rua toda deserta

E apenas aquela folha de jornal

Cheia de noticias trágicas

Bailando livremente no firmamento

Redimindo-se de todos os seus pecados

Os ponteiros do relógio cessam

Por um instante apenas

Sinto que viver vale a pena

...

A névoa encobre a cidade

Com suas claves de gelo

Escuta-se passos

Um incessante

Abrir e fechar de portas

Rompendo o silêncio

Paro por um momento

Fecho os olhos

Escuto as batidas do meu coração

Contarem-me um segredo

Abro os olhos

Sinto uma brisa suave

Acariciar-me o rosto

Como se fossem as mãos

da minha falecida esposa

...

Uma lágrima escorre pela minha face

Fazendo brotar no solo um poema.

Jean
Enviado por Jean em 12/02/2005
Código do texto: T4238