Na penumbra

Entre as sombras que ocultam o tempo

Teu vulto ronda meu pensar

Que passeia pelo espaço sem fronteira

Há que se valer do desatento

O momento em que a hora secular

Entorpece a razão por brincadeira

Na meia luz caminho errante

Alma que ousa mistérios desvendar

Não me importando com tolas garantias

Entrego-me ao universo confiante

Sem temer e sem me acovardar

Seguindo apenas o impulso da poesia

Na obscuridade que abraça a consciência

Permito-me apenas mergulhar

No abismo onde a idade se dilui

Farta-me o saber da existência

Que deseja meu juízo alterar

Sem saber que há muito... eu já fui!

Na penumbra do vazio eu te encontro

E de pronto me alegra o coração

Que se abre ternamente sem pudor

Corro delirante ao teu encontro

Dedicando-te toda minha atenção

Enquanto te entrego meu amor.

Priscila de Loureiro Coelho

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 13/08/2005
Reeditado em 19/08/2010
Código do texto: T42421