JOÃO NINGUÉM

Que posso pensar agora,

Se tudo para mim fechou-se,

Se o que eu esperava acabou-se?

Só eu fiquei sem destino

E as folhas secas, elas o tem,

Mas a mim, me faltou a vida,

Só me deram esta ferida

Desde que eu era menino.

Parece que o traçaram,

Que não me quiseram feliz,

E este pó branco de giz

Fez-me parecer um morto

E ninguém me olhava,

Como se eu não existisse

Como se ninguém me visse,

Nem a esse fado tão torto.

O que devo fazer, então,

Se me falta aonde pisar

Neste jogo de sorte e azar

Que a vida me preparou?

Tudo correndo de mim

Como que de um leproso,

Pareço a eles odioso,

Ainda ninguém me olhou.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 15/04/2013
Reeditado em 16/04/2013
Código do texto: T4242519
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