Fingindo ser forte

Na geografia da madrugada vago

entre pasto de sangue e pó

sou esse vil mendigo da noite

a disfarçar meus anseios

e os olhos ardente em cólera.

A peste em mim vive

como se não tivesse outra fisionomia

aí finjo ser forte

entre meus pores na anatomia de uma puta.

Enfrentar a morte não é coisa fácil

a morte fica aqui do meu lado assoprando

roendo meus ossos e minha carne

nessa madrugada cheia de gente

e tantas faíscas pelo corpo.

Esse dragão chamado vida

debocha de minhas vontades

cuspe em minha cara sorridente

e eu aqui apenas fingindo ser forte e tanta gente.