Timo

O que te falta?

Já não basta o abismo?

O que te consome, amor?

Veias,

teias.

Cobre-me com este véu,

a vida não está turva o suficiente.

Não me engula,

luz – calor – som,

absorva-me convenientemente

ao apresentar esta filha àquelas incertezas tão pertinentes.

Pardalzinho manco de asas cortadas;

o avião de papel mal feito

e as botas de Ir – Irídio.

É, boneca, um mero metal transitório

ousa privar-te

do delicioso caos

de uma existência abusiva.

Érika Bandeira de Albuquerque
Enviado por Érika Bandeira de Albuquerque em 18/04/2013
Código do texto: T4247826
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