Escrita

Escrevo como quem flutua!

Passo para o papel

Cada pequenino sentimento

Que dança à minha frente.

Ouço conversas alheias

Como se fosse minhas irmãs,

Profissionais da psicologia.

Mas, meu diploma eu não quis.

Preferi seguir meu coração.

Preferi dançar ao som dos sentimentos.

Preferi sorrir somente para os que amo.

De alma e coração.

E, portanto, faço das palavras

Minhas eternas companheiras.

Seja na madrugada, após pesadelos ou sonhos bons.

Seja no meio do dia, ao estalar das inspirações.

As palavras surgem tão donas de mim,

Que quase as sinto abraçando-me!

Abraço sincero.

Algo eterno dentro d’alma.

Dizem os mais antigos

Que quando não se há o que dizer

Escrever é quase uma confissão.

Adoro confessar-me assim!

Tão somente eu a caneta

Que desliza tão rápida no papel

Que certas vezes ouso-me a dizer

Que se psicografasse

Competiria com os mestres dessa arte.

Faço isso tão meu

Que é quase como respirar!

Sinto-me leve

Cada vez que as palavras

Saem de meu pensar

E dançam no papel.

Amo a madrugada.

Nela meus pensares fluem

Que mal espero encontrar o pequenino caderno de rascunhos

E pôr-me a escrever.

Já escrevi no escuro, em cinco minutos.

Algo tão longo e conexo

Que poderia eu desconfiar de não ser tão eu...

E ficou tão bom!

Escrevo como quem busca encontrar a si mesma.

Seja em cada artigo, cada substantivo,

Ou na junção de fonemas,

Na união perfeita de gramática e sentimentos

A união absoluta e exata

De um casal feito um para o outro.

As palavras traduzem o que sente a alma.

E a alma busca nas palavras

Sua eterna companheira

Para as noites frias e sem chocolate quente.

Talvez seja esse o melhor dos cobertores.

Um bom texto.

Feito com todas as vírgulas e reticências.

Com toda pompa de escritor profissional.

Mesmo que tal nomenclatura

Siga só nas ideias, ideais de ascensão.

Escrevo como quem busca anjos

E digo: quase encontro!

Sentado em nuvens

Com suas pernas batendo,

Num vai e vem, a observar a Terra.

Tem dias em que a escrita busca anjos.

Noutras, apenas rascunho de mim mesma.

Mas, o ato de deixar as mãos deslizarem,

E traduzirem em símbolos conexos

Toda e qualquer desconexão mental

É uma das melhores coisas!

Faz bem à alma, à pele,

E a quem quer que perca cinco minutos

E disponha-se a ler-me,

Mesmo em pedacinhos.

Escrevo por necessidade.

Por satisfação de uma vida.

Por exemplificação de sonhos.

Por buscar ser feliz.

E talvez por isso

Eu o faça de olhos fechados.

Como se não precisasse de ensinamentos.

Como se já o fizesse

Há muito antes.

E é divinamente compensador!

Compensa toda e qualquer amargura.

Todo e qualquer choro contido.

Todo e qualquer desejo de cancelar o show, fechar a cortina...

E, com as luzes apagadas,

Apenas pedir ajuda bem baixinho...

Escrever talvez faça isso.

Alivie-me aos poucos,

Quando estou à beira da loucura.

Quando não há outra forma de expressão.

Escrever eleva-me

Mesmo que metaforicamente.

Faz-me poetisa.

Pretensiosa.

Dona de mim.

Mesmo que por alguns instantes.

E talvez seja por tudo isso

Que ainda sigo buscando as palavras.

E buscarei, enquanto conseguir.

Enquanto o oxigênio me adentrar aos pulmões.

E enquanto me lembrar a que vim.

E o principal,

O quanto minhas palavras atingem

A mim e a você...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 21/04/2013
Reeditado em 21/04/2013
Código do texto: T4251643
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