Símbolo Recente

Dentro deste corpo,

casca fértil

onde mergulham

meus desejos,

mora uma alma inanimada de virtudes.

Branca, fina melodia que ecoa em

meu pensamento,

um sino a badalar,

toante, tocante, terrível tormento...

Sensações tomam o meu ser

e fazem-me escrava

de um poder desconhecido,

que atrai

como um imã, perplexo

e condenado.

Desta sina que me faz

buscar a nostalgia da dor,

da morte...

Ao mesmo tempo vida,

corada, coral, cortante...

O calor me induz a mirar,

uma abertura rubra

e mole

que, de repente,

as sílabas engole

e pede,

não mais que de repente,

um toque da alvura mais branda do meu

ser...

Fênix cantante,

não faz mal que a memória voe

e se lembrem de se esquecer de seu nome,

desde que a melodia da sina continue...

Claridade cega de uma face sem nome,

mistura de veludo e pó,

um instante,

o encontro de duas bocas,

uma já se apagando

e outra rumando a apagar.