Luta íntima

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Na mesma casa,

Disputam o poder

Três senhores...

O Id diz:

— Ide!

O Ego diz:

— Devo ir?

O Superego:

— Nem penseis em ir!

O Id esperneia, reclama,

Incendeia, endoidece,

Não esquece!

Muitas vezes, fica na mão, sim.

Porque Id é instinto

Ego é consciência

Superego é superconsciência.

E eu sou gente,

Animal — mas racional.

De vez em quando, eu vou!

Deixo o Ego pra lá

Deixo o Superego pra lá

E vou!...

Dou a volta por cima de todas as poeiras.

Qualquer capoeira me serve de abrigo.

Brigo por meus instintos de sobrevivência,

Por minhas necessidades básicas.

Como a fruta do mato

Que o passarinho bicou!

Selvagem,

Bebo da água toldada do córrego

Em cuja margem meu amigo escorregou...

Durmo sobre folhas secas

Uso uma cobra por adereço

Silencio meu endereço...

O Id me intima:

—Ide!

Ide agora viver do jeito que a natureza quer!...

—Vou, nada!

Respondo, civilizada,

Evangelizada...

"A virtude está no meio,

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra..."

Agora, vou é assistir a uma aula de sublimação...

Em nome do equilíbrio,

Vence a consciência.

Fui...

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Ligeira Informação:

Ego ou Eu é o centro da consciência, é a soma total dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. É a parte mais superficial do indivíduo, a qual, modificada e tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do indivíduo. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao id sem transgredir as exigências do superego. O ego, diz Freud, é “um pobre coitado”, estando reprimido entre três escravidões: os desejos insaciáveis do id, a severidade repressiva do superego, e os perigos do mundo exterior. Por esse motivo, a forma fundamental da existência para o ego é a angústia. Se se submeter ao id, torna-se imoral e destrutivo; se submeter ao superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter ao mundo, será destruído por ele. Cabe ao ego encontrar caminhos para a angústia existencial. Estamos entre o limite do prazer(que não conhece limites) e o princípio da realidade (que nos impõem limites externos e internos).

Fonte: Google

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 26/03/2007
Código do texto: T426591