IDENTIDADE PERDIDA

Viajei com minhas reminiscências,

Num passado próximo e distante,

Muitas vezes florido e inconstante.

Contemplei amanheceres, brinquei

Com muitas crianças.

Subi em muitas árvores,

Uma doce esperança.

Já era responsável e "bonzinho"

Mas não deixava de aprontar

muito com carinho.

Brincando plantei milho e feijão

Num dia que parecia inverno

Só que era o lindo verão.

Depois acabei ficando "enfermo"...

Tomei banhos de rio

Andei descalço pelo mato,

Muitas frutas catei..

Meu pé fora ferido por caco de vidro,

Num arame eu o rasguei.

No joelho entrou um prego...

Tempo em que eu não era cego!

Na escola, no começo era peralta

Brincava, brigava, corria e pulava

E os adultos não respeitava.

pra mim nada tinha problema

Tudo transformava-se em cinema.

Chuvas, caminhadas e alegria

Essa era a mistura da minha alegoria.

Uma boracha entrou em meu cerébro

Ainda criança tornei-me adulto

carrancudo e sem vida.

Passei a temer tudo

Chorar e fugir da briga,

Sem desanimar

Sempre quero voltar a antiga.

Vivo tentando não ser tão perfeito

queria correr mais riscos,

ter bons momentos...

Tirar essa máscara

Propulsora de aborrecimentos.

Ser leve e infantil realmente

Tenho muita vida pela frente!

Viverei sensato sendo insensato,

Serei determinadamente irresponsável.

Verei noites terminarem e dias amanhecerem,

Será arrancado de vez

Essa cambembe timidez.

Vou dar sentido à vida

Cicatrizar de vez essa ferida!