Poema de adolescência III

Criei esse espaço para publicar alguns poemas que escrevi antes dos 15 anos e que por apego ao que fui, achei que mereciam um espaço na minha escrivaninha.

______________________________

Rotineiramente

Vícios ocultos, bem-estar torturante

Venho deste universo nu e exilante

Trajada de nada e comum como um vulto.

Lambendo dos meus cílios a fina chuva

Estou procurando porquês pros abismos

Me encaixo no profundo como uma luva

Desalento e horror são os meus amigos

Gotinhas salgadas por todos os lados

O pó se levanta, pessoas correndo

As ruas pintadas de líquidos fardos

Eu sou a pintura de uma via morrendo.

Saltito sobre larvas, caio na lama

Pior é que espero por coisas melhores!

Deito-me no podre fingindo ser cama

Com lençóis cor vinho de festas piores.