Decerto são só descertezas

Que dizer de tudo que eu vi? Do que eu sei, e do que eu não vivi?

Pouco conheço de realidade de fato, porque não entendo a verdade

E não vejo sentido em várias coisas

E fico perdida, alimentando as dúvidas

Destrinchando os enigmas e andando em círculo em labirintos

Acreditando cada vez menos, e me esforçando cada vez mais

Pra não perder o sonho, pra construir o novo, pra desconstruir o vazio

Será? Que tudo isso de algo adianta?

Será? Que essa esperança é válida? Que alguma alma cálida vai reverberar?

Não sei, sei cada vez ainda menos

Desconheço o meu tempo, só vejo ele passando rápido, rápido demais

Sem dar tempo de olhar pra trás

Com todo o peso que saudade traz

Daquilo que o que é meu já não é

Não é mais familiar

Já não há modo de seguramente conhecer quando a ambivalência lateja nos cantos

Esmaga pelos flancos abruptamente

E despedaça as antigas certezas

Que certas, nunca mesmo foram

Fogo Selvagem
Enviado por Fogo Selvagem em 05/05/2013
Código do texto: T4275790
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