O poeta e seu ofício
Éter
eternamente
dissolvido
na manhã
pastosa
desce na íris
a linfa
incendiária
com odor
quase indecifrável
rompendo o corte
de sua faca
no nervo
nos músculos
e nas articulações
do verso.
Quantas feridas abertas
na relva
na selva
a poesia gravada na rocha
na tocha
na lama
dando os últimos suspiros
granidos
gemidos
no dilatador das horas.