CORPOS E LENÇOIS...

Amantes, amados em olhos de desejos

Cuja mordida da boca persegue o beijo...

Nomes e fomes que se embrulham num verbo seco.

Sem voz no silêncio além do murmúrio.

Na loucura da paixão que procura o prazer...

As mãos insanas atentam conscientemente as privações do corpo libertando da roupa a alma em fera;

Libertando a louca vontade de não se deixar aquietar.

Acordando as feridas,

Exorcizando os demônios, que só num quarto é que se pode enxergar.

Ah mulher!...

Ah mulher! ... Quão perigoso é o teu gemido ao pé do ouvido;

Tuas unhas soltas em abraços carinhosamente maliciosos vem me procurar, como uma ponta de ferro acesa, que rasga a carne até o sangue... até não se sentir a dor.

Depois do amor...

Não me deixes assim no leito...

Ardendo em febre de desejo, com a boca ainda seca de vontade dos teus inebriantes seios.

Não permita, que o suor dessa loucura derrice pelo colo sem um sentido verdadeiro.

Pois o meu amor é inteiro...

O teu amor é um vulcão, que põe fogo nessa minha vida de seresteiro,

Que me põe em cárcere do coração.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 28/03/2007
Reeditado em 25/04/2007
Código do texto: T429235
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