O PAPEL DO CAULE 

 

Nem sei se ainda existe

a árvore onde escrevi

um sentimento.

Eu mesmo mudei com o tempo.

Não tatuei o corpo,

mas a alma quando a conheci.

Como você, querida árvore,

experimentei muitas estações.

Demorei um pouco no outono.

Algumas primaveras me marcaram

e os invernos mexeram

no meu jeito de ser.

Se ainda está viva,

vivo estou para olharmos

um no outro, e juntos,

rememorarmos tempos inesquecíveis.

Muitas folhas se foram e algumas fotos minhas também amarelaram.

Nesse instante também me sinto árvore. Volto às minhas raízes.

 

LeandroRecife
Enviado por LeandroRecife em 17/05/2013
Reeditado em 09/11/2021
Código do texto: T4296062
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