Degradação

Os tempos são outros? os dias não são os mesmos?
A semente atirada a terra
Não brota está cansada,
A que vinga e brota
Cresce contaminada.
O fruto é grande de cores vivas,
Mas não tem sabor,
Os filhos, não são mais frutos do amor,
Mas das inconsequências.
A casa não é mais o lar,
Mas o dormitório dos fins de tarde.
A mesa não se destina ás refeições,
Mas o sofá tomou seu lugar.
O diálogo, as conversações não existem.
Apenas a sórdida mudez,
A boca não fala, mas os dedos produzem a palavra em teclas vazias,
E frias de qualquer emoção,
As músicas desprovidas de melodia,
Enterraram poesia.
Corpos sensuais se prestam
A mais vil apreciação,
A turba marcha
Em rumo ao nada.
Alienados parecem comandados
Destinados a lugar nenhum,
Nesse momento,
O poeta chora.
Em meio a rascunhos
Na velha estante,
Pondera e toma nas mãos
A folha amassada,
Abre com cuidado.
Comovido, ao final da leitura sente,
Os últimos gemidos, da beleza, da imaginação
A arte está na sala, escutando insultos,
Assim começa a rebelião,
De um lado os guerreiros da paz,
Do outro os guerreiros da destruição.


Polly hundson