Angel

Estou mergulhado na solidão do meu ser,
No recanto do meu quarto,
Debaixo da coberta,
permaneço por longo tempo,
Apesar do tempo não parar,
Estou pedindo um tempo para descansar,
Fecho os olhos, o silêncio é a minha,
Necessidade maior ,
Sou o que quero,
Vou aonde desejo estar, sem ao menos sair do lugar,
Sou rei sem trono, sem coroa,
Sou anjo sem aparência da angelitude,
Os humanos me confundem com eles,
Me revesti de suas imperfeições,
Usei as máscaras de suas fantasias,
Nada de enobrecedor encontrei neles,
De tudo que lhes é ofertado,
Eles escarnecem, e riem como ébrios que são,
Uma massa que se joga no abismo,
Não enxergam a ponte,
De mim se apodera o sentimento de piedade,
Embora já esteja chegando ao fim da estação,
A cada hora é a despedida,
Vou-me a cada minuto,
Posso me reportar ao lago azul,
Lembro da flor que estava a margem,
Que embelezava a nobre paisagem,
Outras surgirão, os pássaros já migram,
com suas sementes nos biquinhos,
Elas repousarão, e aqui germinarão,
Em breve nascerá a roseira,
Que eu sempre quis ter,
Vou dividi-la com todos,
Que aqui chegarem,
mesmo entre os anjos,
Que perderam suas asas no caminho,
Que as tiveram decepadas,
Pela ignorância humana,
Vamos brincar como antes,
Correndo pela trilha,
Até que o próximo trem nos leve,
A outra esfera do universo.


Polly hundson