madrugada

troa. relincha a lua

diurno som noturno

vozes mudas que bem ouço

nos passos que ecoam

nas pedras dos teus ais.

no espaço tu despertas

raios tantos, tontos mais,

silenciam nas cobertas

nas janelas que se abrem

no clarão do teu sorriso.

ruas nuas, sol sem siso

preciso, sou carinho

arabescos no meu ninho

envoltórias nas volutas

grutas glórias aos meus ais.

desertas gretas horas

sinuosas que já passam

do arrepio do bico inteiro

dos teus seios. - horas-cheias

sou eu, no meio, o teu ponteiro.

madrugada, sol inteiro

veio a brisa da manhã

e fez cantar a passarada.

canção vieste pro meu leito

e no peito cantaram maritacas.