Face do tempo
Sob as rugas do tempo
sombras vagam em meu derredor
o frio que toca minha face
o abraço que recebo do vento
Fantasmas de todos os fatos,
cenas que saltam do porta-retratos.
Memórias... Apenas memórias...
Tem dias que parece que tem cheiros,
cheiros que nos remetem a histórias,
momentos vividos, segundos perdidos,
cores, versos, canções e flores,
tanta emoção, tanta recordação,
propagadas pelo tempo, pelas faces...
Faces que o tempo tem, e, nos faz rememorar,
mundos esquecidos, ocultados, apagados,
que por vezes avançam anos só para nos atormentar...
Ao olhar a face, minha face ante ao espelho,
o olhar já está tão vermelho,
nada me posso ocultar...
É o tempo que se foi...
O tempo do que não foi...
Marcas que aqui estão visíveis e invisíveis,
para me fazer recordar,
muita água já passou pela ponte,
e, do mar da vida, não mais há de regressar...