TUDO E TODOS
Sendo único, sou um frasco
Cheio da quintessência de tudo;
Tenho, na profundidade da minha alma,
Todos os jardins floridos,
E todos os palcos desertos!
Minha é a dor das nuvens em pranto,
E a volúpia dos lírios no campo;
Tenho, na minha ínfima brevidade,
A sensação inexprimível da eternidade!
Sendo único, sou todos,
Desde o menino faceiro a brincar no parque
Até o ancião debruçado na janela do tempo!
Tenho, na expressão obscura da minha face,
A alva que anuncia o raiar de um novo dia,
E a sempre terna sombra,
Imensamente escura,
Imensamente sombra,
Da sempiterna nostalgia!