Autorretrato

Não nos alimentamos de meias palavras.

Acreditem, tudo o que conquistamos não é eterno.

O único objetivo que nos cabe é a atemporalidade dos resultados obtidos,

e isso não se encaixa em qualquer manchete diária.

Somos a consequência de um universo de falsas casualidades.

Aqui somos feitos de muito mais do que monetarismo.

Mesmo que não haja espaço dentro do nosso país, guardamos nossa participação nos interstícios paralelos da história recente.

Somos seus filhos, seus irmãos, seus pais.

Criamos, construímos e elaboramos suas relações mais intrínsecas.

Nós somos sua identidade, mas não somos seus.

Entenda: nós não somos daqui.

Nós não pertencemos a ninguém além de nossos ideais.

Tudo o que nos for imposto é uma mera tentativa de distanciar nossa luta, mas não é um meio válido de alienação.

Grande parte do todo pode não ter força suficiente para administrar a própria vontade.

Mas nós somos por nós mesmo, e isso nos basta.

Podemos ser sal dessa terra.

Queremos ser a mudança, a mudança que nos engole e nos transforma em placas binárias amórficas.

Hoje podemos dizer que ultrapassando as barreiras dos nossos domínios.

Criamos um novo tipo de horizonte.

Um horizonte que comporta toda a incoerência da relação entre nossa idade e qualquer tipo de futuro que nós escolhemos.

Nós escolhemos nossas possibilidades.

Só exigimos que você nos garanta meios essenciais.

Externalidade e coletividade.

O que nos move é a incessante falta de equilíbrio entre nossa força e sua coerção.

Manchamos o dinheiro virgem das contas numeradas.

Garantimos a eutanásia de uma mentalidade vã e falha de ambas as partes.

Morreu nossa indiferença.

Agora elevaremos os alicerces de um jeito que permita efetividade total.

Fomos discriminados por acreditar.

E agora? Você acredita em nós?

Fernando Cesar
Enviado por Fernando Cesar em 18/06/2013
Código do texto: T4347475
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