BACO
**
baco __ deus da
magia __
deu-me um trago da sua poção __
daquela que mecanicamente nos asfixia às margens dos sinos que badala o sacristão;
moribundo então,
trafeguei pelas nuvens da embriaguês
avistando ao longe, talvez, algo em que pudesse apoiar
os ombros cansados que carrego de uma só vez
pelos caminhos
mundanos, profanos, que
chamamos de lar;
e enfim exausto, fadigado com o corpo cansado
pousei à sombra de um calvário __ moinho imaginário,
tombando aos cacos,
pelo fel poroso néctar de baco
e assisti minh’alma atravessar as grades do ícone placentário
agonizei pelos templos em têmporas congelado
e figurei os lastros sedentários e imaculados transcorrerem sádicos, sórdidos e incapazes
pela veneza sombria que trafegam meus similares