BACO

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baco __ deus da

magia __

deu-me um trago da sua poção __

daquela que mecanicamente nos asfixia às margens dos sinos que badala o sacristão;

moribundo então,

trafeguei pelas nuvens da embriaguês

avistando ao longe, talvez, algo em que pudesse apoiar

os ombros cansados que carrego de uma só vez

pelos caminhos

mundanos, profanos, que

chamamos de lar;

e enfim exausto, fadigado com o corpo cansado

pousei à sombra de um calvário __ moinho imaginário,

tombando aos cacos,

pelo fel poroso néctar de baco

e assisti minh’alma atravessar as grades do ícone placentário

agonizei pelos templos em têmporas congelado

e figurei os lastros sedentários e imaculados transcorrerem sádicos, sórdidos e incapazes

pela veneza sombria que trafegam meus similares