UM GRITO DE INVERNO

Uma criança nasceu...

É teu filho, não é meu.

No chão da comunidade

Onde se maquia a verdade.

Ao discurso companheiro

Um destino tão brejeiro,

Cão faminto então rugiu

No sol ido que partiu.

Quanta bala de canhão

No enredo solidão...

Mais um tema populista

Para a vida do artista.

Tema assíduo, combinado?

Segue o bondinho suado

Que carrega o coração...

No vídeo da televisão.

Sem sequer abecedário

Segue o sonho mais remoto!

Ter o controle remoto

Na avenida do cenário:

Mostra a cara, solta um grito

Nada tão condescendente...

Pois já é adolescente.

Uma vida que esvai

Sonha o gol que nunca faz.

Outra criança nasceu...

É teu filho, nao é meu!

Nasce já arrependida...

Chão de copa já perdida

Vida que é disputada

Na desgraça premiada.

Mais uma criança nasceu...

Dessa vez...é o filho meu.