Morte à Família!

Morte à família!

Grita o mundo em sua ira na dor sua de cada dia.

Vi o homem, sem pouso, sem norte,

surdo aos gemidos que a própria alma emitia,

chorando a cada passo da famigerada morte.

E segue o curso, o homem, ora cego, ora surdo

na descrença desse mundo, sem paragem ou abrigo.

Vai seguindo seu caminho, deixando as flores, colhendo espinhos solitário na morte,

isolado dos seus, em atos absurdos de outras dores.

Morte à família!

Bradam pais e filhos, em desrespeitos, em conflitos.

O lar é campo de batalha de luta injusta e ingrata,

abrigo de desconhecidos do mesmo sangue nascidos,

misturando-se a dor da fome que mata.

Morte à família!

E vida ao mundo em sua injustiça e desgraça,

no lugar do amor que regia seus dias, a dor concebida sem graça.

Ganha grades a liberdade, prendendo o homem que a morte abraça.

Morrem almas em agonia, na dor do homem que não sabia,que a família é a força que abriga, orienta e encaminha.

Agora o homem cantou seu canto, de lamento e sem encanto,

e em lágrimas que da alma jorra, gravando em terra seu planto.

Grita mudo em triste melodia:

“Aqui jaz a família!”

Aisha
Enviado por Aisha em 18/08/2005
Código do texto: T43538