Insonia

Vago sempre,

Errante pelas madrugadas,

Como um fantasma de pele mal tecida.

A beira da cama fria,

Pretensiosamente invulnerável!

Vejo doces sombras que emudecem a alma

Que pedem sem medo,

Que gritam no limiar de minha fronteira.

Serão Anjos rotos velados?

A noite tem dessas surpresas...

O silêncio ecoando meus ouvidos,

Um quê de prisioneira que não tem como sair.

Olho perplexa para todos os lugares,

Fico divagando!

Penso:

Nos momentos improváveis,

Em cenas detalhadas...

O coração me toma por inteira,

São meus enganos, meus delírios, meus desejos.

Como uma figura nostálgica

Olho para dentro de mim,

Acaricio-me com os olhos.

Conforto meu espírito!

E nada mais posso fazer.

E mesmo sabendo disso,

Que não pode ser de outro jeito,

Aguardo ansiosamente um novo "acontecer".

(MérciBenício)