Dileta Help

DILETA HELPP

Eu nunca fiz um poema a você

Porque as palavras do meu vocabulário

Não traduzem fielmente

Todo o meu autêntico sentimento.

Recorri a todas as classes de palavras

E cheguei a triste conclusão:

Os artigos indefinidos ou definidos

São insuficientes para determinar o teu gênero.

Os substantivos concretos ou abstratos

São desprovidos de afeto

Enquanto meu amor é concreto.

Os adjetivos qualitativos ou de aparência,

Modal ou de estado, não qualificam

Os teus inúmeros predicativos.

Os pronomes sejam possessivos ou demonstrativos

Pessoais, retos ou oblíquos

Jamais substituirão o teu nome.

Os numerais sejam cardinais ou ordinais

Fracionários ou multiplicativos são ínfimos

Para a quantidade de meu afeto por você

Os advérbios, de modo, de lugar, de dúvida

Muito menos os de intensidade

Não podem afirmar (ação) o quanto eu te amo

As preposições que relacionam dois termos

Serviram-me apenas para eu me relacionar eternamente

Com meu pronome de tratamento: você

Já as conjunções que relacionam as orações

- Gramatical é claro- coordenadas ou subordinadas

Ligam-me permanentemente a você.

Os verbos, os de ação não tem a força que desejava

Já os verbos nominais me ajudaram: a ESTAR, FICAR

CONTINUASR, PERMANECER contigo ( meu pronome oblíquo)

Restou-me apenas a INTERJEIÇÃO

Mesmo não sendo uma classe gramatical

Com ela eu posso gritar teu nome

SOCORRRRRRRRRRRRRRRRRO!

Meu epitáfio: “ Fui! Mas contra minha vontade”.

Samuel Alencar da Silva, Professor aposentado, Delegado de Polícia Civil, membro da Academia Capanemense de Letras e Artes.

salencar
Enviado por salencar em 27/06/2013
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